Última alteração: 2012-08-23
Resumo
O Bioma Caatinga possui um dos tipos vegetacionais mais complexos, cujas características principais são florestas arbórea e/ou arbustiva, compreendendo principalmente árvores e arbustos baixos com características xerofíticas. A quantidade adicionada de carbono em determinadas condições edafoclimáticas depende das espécies e dos sistemas de culturas utilizados. Portanto, o objetivo deste projeto foi avaliar e quantificar o estoque de serapilheira e estimar o estoque de carbono em áreas sob agricultura tradicional de sequeiro e irrigado, área de caatinga degradada e preservada do Bioma Caatinga do Sertão Central Pernambucano. O estudo foi realizado no município de Salgueiro que encontra-se na Bacia Terra Nova no sertão central Pernambucano. Para amostragem da serapilheira depositada sobre o solo, foram utilizados coletores de ferro circulares de 0,52 m de diâmetro distribuídos aleatoriamente nas áreas. O material depositado dentro dos coletores foi amostrado mensalmente, num período de oito meses, de outubro de 2011 a maio de 2012. A estimativa de aporte de carbono pela serrapilheira foi com base no teor médio de 50% contido no material vegetal. Dentre os sistemas em estudo a agricultura de sequeiro apresentou menor aporte de serrapilheira com valores mínimo e máximo de 21,2 e 30,6 kg ha-1, respectivamente, enquanto que os sistemas de agricultura irrigada e caatinga preservada apresentaram os maiores aportes com valores mínimos e máximos de 147 e 374 kg ha-1 para agricultura irrigada e 118 e 476 kg ha-1 para caatinga preservada. A precipitação pluviométrica para os oito meses de amostragem foi de 129 mm, considerado um valor baixo, principalmente por já estarmos considerando a precipitação dos meses mais chuvosos da região, que é de dezembro a março. Com estes resultados pode-se concluir a importância de conservar as áreas de caatinga em estado original, sem exploração extrativista.