ESTUDO DA FORMA-SUJEITO EM MICHEL PÊCHEUX – O SUJEITO CAMINHONEIRO DEPOIS DA LEI 12.619/2012

Resumo

Introdução: A profissão de caminhoneiro se apresenta como um campo a ser estudado, dada a importância desse profissional na economia nacional, bem como na manutenção material da sociedade. O trabalho se deu partindo da premissa de que o indivíduo profissional das estradas se subjetiva pela linguagem; o foco foi o estudo da Lei nº 12.619, posto que a profissão de motorista de caminhão, apesar de há muito existir no Brasil, só foi regulamentada em 2012, por meio dessa Lei. Objetivo: Teve por objetivo geral identificar, mapeando, o Sujeito Caminhoneiro a partir da Condição de Produção da Lei 12.619/2012. Mais especificamente, estudar a linguagem como espaço de expressão e subjetivação do indivíduo caminhoneiro, bem como identificar/analisar as Formações Discursivas que flutuam na constituição do Sujeito Caminhoneiro no aparato legal em questão, igualmente discutir a constituição da Forma-Sujeito Caminhoneiro. Materiais eMétodos: O processo metodológico foi de estudo bibliográfico. Foram feitas leituras sobre conceitos específicos da Análise do Discurso (AD francesa), à luz da teoria de Michel Pêcheux, e, consequentemente, da Lei 12.619/2012, mapeando-a. Em seguida, procedeu-se à análise nos limites da teoria-base desta pesquisa.  Resultados: Então, observou-se que a partir da materialidade discursiva foi possível conceber o Sujeito Caminhoneiro, na Condição de Produção da Lei 12.619/2012, via sinais deixados na linguagem, os quais apontaram para o esquecido, empurrados que estavam para o campo da interpretação do real pela ideia de transparência da linguagem e evidência do Sujeito. Considerações Finais: Isto posto, ficou claro que, de fato, em AD francesa as palavras se carregam de sentido a partir do lugar ideológico que ocupam no processo sócio-histórico e, por isso, mudam de sentido em função do lugar daqueles que as usam no dia a dia; e que o Sujeito Caminhoneiro é interpelado pela ideologia da Lei, mas não tem consciência disso, tendo a ideia ilusória de que ele – o Sujeito – é a origem do dizer e de si mesmo.