Saúde: minhas mãos falam em Libras

Maria Júlia Santos de Lima, Maria Patrícia Lourenço Barros, Aline Cássia Silva Araújo, Alisson Santos de Lima

Resumo


A comunidade surda usuária dos serviços de saúde necessita urgentemente de práticas humanizadas que se voltem para um contexto linguístico. Parece estranho trazer um contexto de língua, fala para "um atendimento humanizado", mas é isso que de fato deve acontecer quando se trata em atender pessoas surdas usuárias da Libras e que tem seu direito linguístico nos serviços de saúde negligenciado. Falar de saúde é algo extremamente importante, falar da saúde
pensando na pessoa surda é fundamental trazer em questão o uso de sua língua, a Libras, que necessitam de um atendimento específico pela sua condição linguística. Temos uma comunidade surda presente nos diversos espaços da
sociedade e estes usam dos serviços de saúde como qualquer cidadão, que é disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Assim buscando dialogar com os profissionais de saúde sobre a importância de um atendimento ser realizado em
Libras e pensando que na sua chegada estes não conseguem serem entendidos muitas vezes ou entenderem os procedimentos para marcar um exame ou consulta pela falta de comunicação é que o presente projeto buscou contribuir
com a oferta de um curso básico de Libras com um vocabulário específico da saúde. O uso da Libras em um atendimento passa a ser visto como humanizado, acolhendo o usuário na sua língua de conforto, a Libras. No momento que o surdo chega a uma unidade básica de saúde e não consegue ser entendido para realização de um procedimento está sendo negado ao mesmo o direito e o acesso à saúde. Este projeto foi fruto de um projeto de pesquisa que elaborou
uma apostila com um vocabulário voltado para a área da saúde. Buscou como fundamentação teórica Capovilla (2009), Souza et al (2019) entre outros autores, para toda a sua organização, através de uma metodologia de pesquisa
bibliográfica e pesquisa formação visando contribuir e iniciar uma reflexão sobre um atendimento acessível e inclusivo, a importância de profissionais tradutores/intérpretes na saúde e do próprio profissional saber Libras, para consultas e procedimentos que exijam a comunicação. Portanto, este projeto tem uma grande relevância social e aos poucos vai contribuindo para as minorias linguísticas, neste caso os surdos da cidade de Salgueiro, local onde o projeto foi
desenvolvido. Esperamos que outras instituições busquem ofertar projetos semelhantes para assim melhorar a inclusão nos atendimentos nos serviços de saúde a pessoa surda.


Palavras-chave


Saúde em Libras; Acessibilidade; Comunicação;Direito linguístico

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