ESTUDO DA REMOÇÃO POR ADSORÇÃO DE CORANTES EM EFLUENTES UTILIZANDO ENGAÇO DE UVA VITIS LABRUSCA ISABEL

Débora Santos Carvalho dos Anjos, Indira Carolina Brito Pires, Braulio de V. A. Tostes, Antonio Gomes Barroso de Sá, Kamilla Barreto Silveira

Resumo


A quantidade de indústrias presentes no Vale do Submédio São Francisco (VSF) é notável, dentre estas, as indústrias têxteis que utilizam grande quantidade de corantes. As águas residuárias industriais podem conter principalmente moléculas complexas de corantes. Estas substâncias poluem os efluentes, pois dificultam a penetração dos raios solares, prejudicando o metabolismo fotossintético de algumas espécies. Nesse contexto, é evidente a importância do desenvolvimento de tecnologias de baixo custo e eficazes que objetivam a remoção destes corantes, sendo o processo físico químico de adsorção uma importante estratégia. Os resíduos agrícolas tornam-se uma boa opção como adsorventes por apresentarem considerável capacidade de adsorção (alta porosidade e grupos funcionais). Portanto, este projeto visa o estudo da remoção por adsorção do cristal violeta utilizando engaço de uva Vitis Labrusca Isabel. Os engaços foram lavados, secos sob luz solar (24h), triturados em liquidificador industrial e peneirados (100 mesh). Foram determinados os teores de umidade (4,67%) e de cinzas (7,20 %). Por FTIR, observou-se bandas características de compostos lignocelulósicos. Por TG, verificou-se três perdas significativas referentes a umidade (38°C-136°C), a degradação da hemicelulose (136°C-215°C) e a decomposição da celulose (215°C-364°C). Por MEV, uma morfologia de estrutura fibrosa e maciça com cavidades evidentes sugerindo a presença de poros foi notada. O Ponto de Carga Zero (PCZ) para o engaço de uva foi 4,2, portanto, espera-se que em valores de pH abaixo deste, a adsorção de espécies aniônicas seja favorecida. Realizou-se a varredura do corante cristal violeta determinando-se o comprimento de onda de máxima absorção (585 nm). O estudo da adsorção foi conduzido em diferentes temperaturas (300C, 350C, 400C e 450C) e em tempos regulares de contato (2’, 5’ 7’, 10’, 12’, 15’ 20’, 30’, 40’, 50’ e 60’) entre o sistema engaço-corante. Após o tempo requerido, as amostras foram filtradas e as concentrações finais do corante foram determinadas por espectroscopia de absorção na região do visível. Observou-se uma tendência ao aumento da adsorção até o tempo de 50’ e uma discreta diminuição da adsorção com o aumento da temperatura. As quantidades adsorvidas variaram entre 56,8 mg g-1 e 112,0 mg g-1 (corante/engaço). Destaca-se que a utilização do engaço de uva como adsorvente de corantes em efluentes consiste em um processo favorável e economicamente viável.


Palavras-chave


adsorção; engaço; corante; remoção.

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