ESTUDO DA REMOÇÃO POR ADSORÇÃO DE CORANTES EM EFLUENTES UTILIZANDO ENGAÇO DE UVA VITIS LABRUSCA ISABEL
Resumo
A quantidade de indústrias presentes no Vale do Submédio São Francisco (VSF) é notável, dentre estas, as indústrias têxteis que utilizam grande quantidade de corantes. As águas residuárias industriais podem conter principalmente moléculas complexas de corantes. Estas substâncias poluem os efluentes, pois dificultam a penetração dos raios solares, prejudicando o metabolismo fotossintético de algumas espécies. Nesse contexto, é evidente a importância do desenvolvimento de tecnologias de baixo custo e eficazes que objetivam a remoção destes corantes, sendo o processo físico químico de adsorção uma importante estratégia. Os resíduos agrícolas tornam-se uma boa opção como adsorventes por apresentarem considerável capacidade de adsorção (alta porosidade e grupos funcionais). Portanto, este projeto visa o estudo da remoção por adsorção do cristal violeta utilizando engaço de uva Vitis Labrusca Isabel. Os engaços foram lavados, secos sob luz solar (24h), triturados em liquidificador industrial e peneirados (100 mesh). Foram determinados os teores de umidade (4,67%) e de cinzas (7,20 %). Por FTIR, observou-se bandas características de compostos lignocelulósicos. Por TG, verificou-se três perdas significativas referentes a umidade (38°C-136°C), a degradação da hemicelulose (136°C-215°C) e a decomposição da celulose (215°C-364°C). Por MEV, uma morfologia de estrutura fibrosa e maciça com cavidades evidentes sugerindo a presença de poros foi notada. O Ponto de Carga Zero (PCZ) para o engaço de uva foi 4,2, portanto, espera-se que em valores de pH abaixo deste, a adsorção de espécies aniônicas seja favorecida. Realizou-se a varredura do corante cristal violeta determinando-se o comprimento de onda de máxima absorção (585 nm). O estudo da adsorção foi conduzido em diferentes temperaturas (300C, 350C, 400C e 450C) e em tempos regulares de contato (2’, 5’ 7’, 10’, 12’, 15’ 20’, 30’, 40’, 50’ e 60’) entre o sistema engaço-corante. Após o tempo requerido, as amostras foram filtradas e as concentrações finais do corante foram determinadas por espectroscopia de absorção na região do visível. Observou-se uma tendência ao aumento da adsorção até o tempo de 50’ e uma discreta diminuição da adsorção com o aumento da temperatura. As quantidades adsorvidas variaram entre 56,8 mg g-1 e 112,0 mg g-1 (corante/engaço). Destaca-se que a utilização do engaço de uva como adsorvente de corantes em efluentes consiste em um processo favorável e economicamente viável.
Palavras-chave
Texto completo:
PDFApontamentos
- Não há apontamentos.
Direitos autorais 2019 Débora Anjos, Indira Carolina Brito Pires, Braulio Tostes, Antonio Sa, Kamilla Costa
Esta obra está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição - Não comercial - Compartilhar igual 4.0 Internacional.