A PELEJA DE FRANKENSTEIN CONTRA A PERFEIÇÃO: PESQUISA FILOSÓFICA SOBRE “BIOÉTICA” E “BIOTECNOLOGIA”

Resumo

Em 2018, o clássico de Mary Shelley, “Frankenstein ou o Prometeu moderno”,
completou 200 anos. A obra mistura elementos de terror e ficção científica, bem como
é fonte de reflexão filosófica sobre questões relativas à ética, ciência e tecnologia.
Nessa trama, um “monstro” é concebido de forma desumana e por ambição de um
“alienista” cientista em “criar vida”. Ora, a Bioética tem se estruturado como discurso
em resposta às questões éticas levantadas tanto pelas ciências da saúde e da vida
quanto pelas relativas ao desenvolvimento tecnocientífico, tal como faz Michael
Sandel em “Contra a perfeição: ética na era da engenharia genética” num contexto
da sociedade tecnocrática. Assim, o objetivo desta pesquisa teve uma dupla
dimensão: conceituar “bioética” e “biotecnologia” e aplicar tal apreensão conceitual
na produção de artigo científico e “cordel filosófico” com respostas à pergunta
norteadora: Em que sentido é próprio às tecnociências alterar as coisas que são
reconhecidas como perfeitas exatamente como são?” Neste sentido, admitindo o
método hermenêutico, em que a investigação filosófica e sua consequente produção
textual parte da prefiguração à figuração do texto e desta à refiguração e, ainda, por
se tratar de pesquisa teórica, privilegiou-se a leitura crítica de trechos de obras
filosóficas e textos seletos notadamente a partir de Michael Sandel. Também ocorreu
oficina de cordel com professora e técnico colaboradores, fichamentos para produção
de relatórios e artigo científico, bem como pesquisa e leitura de fontes bibliográficas
recentes, atividades sempre coordenadas pelos professores orientadores da
pesquisa. Por fim, com relação à pergunta norteadora, concluiu-se que o estudo do
melhoramento genético é necessário. No entanto, deve-se respeitar os limites
impostos pela bioética. Tais limites devem ser discutidos e avaliados quanto à sua
significância no campo científico