EDUCAÇÃO BÁSICA E CULTURA DE PAZ: DESAFIOS DO TEMPO PRESENTE
Resumo
A sociedade brasileira marcada historicamente pelas desigualdades sociais, tem percebido com frequência, casos de racismo religioso, discriminação racial, violências contra mulher, contra crianças e adolescentes, somados aos inúmeros casos envolvendo intolerâncias a comunidade LGBTQIA+, entre outros. Fatos que solicitam atenção por parte das autoridades competentes, no ambiente escolar, talvez a maior causa da violência seja consequência dos atos de bulliyng, excepcionalmente cometidos na pré-adolescência, momento de mudança/transição comportamental dos sujeitos. A escola, como ambiente catalizador dos processos sociais, deve permanecer atenta a escala da violência na comunidade. Os noticiários cotidianos, a exemplo dos atos violentos contra democracia e os atentados às escolas do sul do Brasil, tomaram o país no início do ano, acontecimentos que solicitaram práticas educativas de promoção da Cultura de Paz entre professores, alunos e suas famílias. O estudo objetiva refletir sobre a promoção da Cultura de Paz nas séries iniciais praticados em uma escola do município de Belém/PA. A metodologia parte de abordagem qualitativa, usa pesquisa bibliográfica, de campo com aplicação de questionário semiaberto junto à oito professores das séries iniciais para coleta das informações, realizada em março de 2023, por fim faz-se análise interpretativa dos resultados (FLICK, 2009; GIL, 2017; SEVERINO, 2010). O aporte teórico conta com Jares (2008) ao abordar a questão da cultura de paz como fator preponderante de respeito à vida, práticas não-violentas, promoção dos direitos humanos e a boa convivência. Para Cerio (2004), é necessário valorizar a esperança de conviver em harmonia e sob os princípios humanistas. Já Nunes (2011) ao se referir a escola como promotora das práticas sociais, adverte que ela ajuda na valorização das relações humanas permeando-as pelo princípio da solidariedade, cooperação, construção da paz e valores humanos fundamentais. Nesse sentido, Freire (1996) aposta no diálogo como fonte social de reflexão constante, visando práticas crítico-formativas, humanizadoras e transformadoras da sociedade. Por sua vez, Panis (2010) acredita na força dos Círculos de Paz - promotores do bem-estar social e comunitário -, que se espalham como sementes, oriundas principalmente dos desejos pessoais/individuais. Os resultados da análise dos questionários apontam para algumas questões: a) há necessidade constante de discussões sobre o tema “paz e não a violência” no ambiente escolar; b) as práticas educativas voltadas a Cultura de Paz, iniciam pelos valores sociais como boa convivência, harmonia, respeito, tolerância e empatia; c) existe na escola o projeto “Cultura de paz na escola”, que possibilidade um espaço de diálogo entre professores, alunos e suas famílias; d) há necessidade de formações sobre o tema Cultura de Paz, para que os professores possam ajudar seus alunos a compreender a relevância do tema; e, e) promoção de políticas de estado que visem o combate efetivo da violência na sociedade brasileira. Como conclusão, no tempo presente é necessário investir em políticas de estado que visem a Cultura de Paz de forma geral no país, bem como formações que tratem do tema junto aos milhares de professores que cotidianamente, deparam-se com sujeitos sociais em construção, formação e evolução humana.
Palavras-chave: Educação Básica; Cultura de Paz; Formação de Professores.
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