O PROBLEMA DA VIOLÊNCIA SIMBÓLICA POR MEIO DAS REDES SOCIAIS A PARTIR DE BYUNG-CHUL HAN

Aline Araújo de Lima, Gabriel Kafure da Rocha

Resumo


RESUMO: O conceito de redes sociais aparece na literatura teórica das primeiras décadas do sec. XXI, como uma abstração relacionadas às diferentes plataformas digitais especializadas em conectar seus usuários, através de perfis digitais (Orkut, MSN, Skype, Facebook, WhatsApp, Twitter, Instagram, TikTok). Este conceito surge como uma forma de procurar compreender as consequências destas plataformas no âmbito da comunicação e do comportamento social, em especial, nas gerações mais jovens que são consumidoras. No tecido deste comportamento social digital, que se diferencia, ao mesmo tempo que influencia o comportamento cotidiano, as redes sociais que carecem de atenção tanto das Ciências Humanas (na sua compreensão teórica) quanto das autoridades do Estado (no desenvolvimento de políticas públicas adequadas). Um destes fenômenos que fundamentará nossas observações é o da violência simbólica. Teoricamente podemos defini-la como uma forma de agressão que não se manifesta fisicamente, mas tem consequências bem mais abrangentes que a troca verbal de impropérios. Conceitualmente, a violência simbólica, pode ser compreendida como um tipo de ataque que ocorre sem que ambos, vítima e agressor, estejam totalmente cientes de que estão, respectivamente, na posição de quem sofre e de quem exerce tal ato de violência. O crescimento do uso de plataformas digitais na comunicação cotidiana, disponibilizou aos seus usuários, mecanismos de inserção em um mundo digital praticamente sem fronteiras. Criaram-se grupos, fóruns e comunidades virtuais, mediados por essas redes. O envio e recebimento de informações pessoais e ícones digitais tornou-se numa das principais formas não só de comunicação, como de entretenimento diário. Se, por um lado, as redes sociais puderam ajudar a transcender as distâncias entre seus usuários, por outro, elas normalizaram a espetacularização da exposição da intimidade como uma espécie de “palco da vida”. À medida que a cortina do espetáculo vai se abrindo e mostrando o “show” da individualidade. Fundindo a intimidade da sua vida ao trivial, tal forma de espetáculo cotidiano desperta em vários cibernautas, sentimentos que se externalizam em forma de críticas maldosas ou elogios desleais, estabelecendo o agravamento de patologias no nível da subjetividade (depressão, tendencias suicidas, transtornos alimentares provocados pela preocupação exagerada com a aparência etc.) ressignificando o objetivo original das redes sociais. Em sua obra Sociedade do Cansaço, Han parte da premissa de que cada época histórica lida com seu próprio tipo de enfermidade fundamental. O século XXI, caracteriza-se precisamente pelo desenvolvimento de uma nova espécie de enfermidade: a neuronal. Doenças como a depressão, o TDA, o TDHA, o TPL e a Síndrome de Burnout, estão entre as principais enfermidades de nossa época e estão relacionadas ao contexto da violência simbólica, na medida em que, de acordo com Han, o que a distingue das outras formas de violência é o seu elemento de positividade que faz com que os indivíduos explorem a si mesmos na busca de se tornar autossuficientes. A seguir explicitamos o caminho investigativo que nos permitirá aprofundar as análises até aqui desenvolvidas.

Palavras-chave: Mídias Sociais; Violência Simbólica; Subjetividade


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