DESIGN THINKING NA PRÁTICA PEDAGÓGICA: Um guia didático para a educação profissional e tecnológica

Antonio Ferrão Paiva Pinto Neto, Josilene Almeida Brito

Resumo


A sociedade contemporânea em que vivemos neste século XXI, marcada pela globalização, competitividade e complexidade nas relações sociais e econômicas, tem exigido cada vez mais das pessoas competências para lidar com criatividade diante dos problemas que emergem no cotidiano. Organismos internacionais, a exemplo do Fórum Econômico Mundial, têm revelado em seus relatórios a necessidade de profissionais com formação que privilegiem também as chamadas competências transversais (soft skills), as quais têm se tornado imprescindíveis diante dos desafios do mundo do trabalho na era do conhecimento. Em meio ao cenário exposto, os modelos pedagógicos tradicionais – de memorização, repetição e pouca interação – limitam as condições de ensino por estarem, muitas vezes, descontextualizados da realidade e alheios às demandas contemporâneas de aprendizagem, ocasionando, consequentemente, falta de interesse entre os estudantes. Tanto no ensino presencial quanto no remoto, é preciso ressignificar as práticas pedagógicas em busca de caminhos que fomentem a mobilização de competências. Portanto, a partir dessa reflexão, questiona-se: os estudantes da Educação Profissional e Tecnológica (EPT) mobilizam competências transversais nos processos de ensino e aprendizagem? A adoção do Design Thinking (DT) pode ser um caminho norteador para orientar práticas pedagógicas na EPT favorecendo a motivação para a mobilização de competências dos estudantes. Diante da perspectiva exposta, a pesquisa teve como objetivo analisar as contribuições do design thinking como ferramenta mediadora, na orientação de práticas pedagógicas na EPT, em busca de qualidade na motivação intrínseca para a mobilização de competências. O referencial teórico da pesquisa buscou fundamentos nos procedimentos, técnicas, estratégias e ferramentas do DT para orientar a condução de uma intervenção por meio de uma prática pedagógica. Complementarmente, conceitos oriundos de outros campos se integraram às práticas do DT:  Competências (conhecimentos, habilidades, atitudes/valores a serem mobilizados); Estilos de aprendizagem (estratégias de ensino para diferentes perfis de aprendizagem); Motivação intrínseca (dimensões da motivação – atenção, relevância, confiança e satisfação); e Taxonomia de Bloom (definição dos objetivos de aprendizagem.O percurso metodológico da pesquisa foi dividido em 4 etapas: planejamento; intervenção (oficina); análise; e evolução. O estudo empírico foi conduzido por meio de uma oficina (etapa 2 do percurso metodológico) realizada remotamente com estudantes de um curso Técnico em Informática do Ensino Médio Integrado. Os seguintes instrumentos de coleta foram utilizados: questionário inicial (survey); questionário pós-oficina (mensurar motivação intrínseca e competências transversais); e entrevista semiestruturada (grupo focal). Os resultados mostraram que o design thinking norteou a condução da intervenção, a qual foi estruturada de acordo com as cinco fases do DT: Descoberta; Interpretação; Ideação; Experimentação; e Evolução. Adicionalmente, constatou-se ganhos na qualidade da motivação dos estudantes ao serem criadas condições para a mobilização de competências durante os processos de ensino e aprendizagem. Para concluir, após análise a consolidação dos resultados, o prótótipo do Produto Educacional desenvolvido ao longo da pesquisa foi estruturado no formato de um Guia Didático voltado à aplicação do DT em práticas pedagógicas.

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