CONTRIBUIÇÕES DE FILOSOFIAS AFRICANAS E AFRO-BRASILEIRAS PARA O ENSINO MÉDIO: UMA VISÃO CRÍTICA DO ENSINAR FILOSOFIA

Francisco das Chagas de Sousa, Eduardo Barbosa Vergolino

Resumo


Este trabalho propõe apresentar possíveis contribuições de algumas filosofias africanas e afro-brasileiras, para o Ensino Médio, justificadas pelas possibilidades de ampliações dos conhecimentos curriculares, com interrelações e diálogos que contribuem para construções filosóficas, comprometidas com as refutações de diversas formas de preconceitos, pelos reconhecimentos e respeito às pluralidades de pensamentos e de culturas. A metodologia utilizada foi à revisão literária, analisando conteúdo do “Currículo do Piauí – Novo Ensino Médio” e do livro didático, utilizado nas escolas do Estado do Piauí. Concluímos que as aberturas curriculares para novas perspectivas filosóficas, que incluem filosofias africanas e afro-brasileiras, no Ensino Médio, agregam valores, pertinentes aos entrelaçamentos das culturas e dos costumes de matrizes constituintes, ou não, das nossas culturas e dos nossos contextos sociais. Ao considerar algumas perspectivas filosóficas essenciais para o nosso trajeto, buscamos como objetivo identificar se há contribuições, de algumas filosofias africanas e afro-brasileiras, para o Ensino Médio, em especial para a “Unidade Escolar Coelho Rodrigues”, com bases em José P. Castiano e Severino Ngoenha. Essas abordagens particulares e gerais, exemplificadas a partir dos contextos evidenciam a importância de abordarmos alguns aspectos negligenciados, na nossa contemporaneidade. Podemos destacar, por exemplo, as negligências de aspectos determinantes que abarcam posições teóricas de intenções reducionistas e/ou hierarquizadas, a exemplo do eurocentrismo e dos etnocentrismos, de formas visíveis ou sutis, ou mesmo, tentativas de legitimação de medidas despóticas e opressivas, exemplificadas pelas hierarquias das culturas, dos conhecimentos e das profissões. Então, devido a esses e outros fatores, as inquietações se tornam incessantes, percorrendo investidas pelas compreensões filosóficas, históricas, de contextos, das conjunturas, incluindo, também, as buscas pelas compreensões de si. Colocam-se em ênfases as possibilidades de reflexões sobre as construções e reconstruções das próprias histórias. Com relação ao continente africano, o etnólogo e antropólogo, Louis-Vicent Thomas (1922-1994) descreveu uma série de problemas derivados da colonização e das explorações posteriores: a colonização, ao recortar o continente africano em territórios, causou um desconhecimento dos territórios, dos reinos e dos impérios. Todavia, isso não teria apagado as potencialidades dos africanos, como suas reflexões, suas abstrações, seus sistemas de pensamentos, suas técnicas, que, muitas vezes, são reforçadas por rituais. Percebemos que, com relação às culturas africanas não se pode falar em homogeneidades e em simplificações.  


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