As representações do feminino na literatura de horror/terror de Stephen King: Uma análise sociológica (segunda etapa)

Cícero Muniz Brito, Leylane Ramos Lima, Marina Cavalcanti Pacheco dos Santos, César Rodrigues Filho

Resumo


Este trabalho propõe-se a apresentar os resultados finais de nossa pesquisa de PIBIC Jr., que teve como objetivo geral compreender a construção das representações do feminino a partir do debate de Gênero, enfocando as figuras femininas que não são protagonistas nas obras estudadas. Ainda quanto aos objetivos, especificamente buscamos a) identificar as características sociais, culturais e psicológicas destas personagens; b) investigar a influência do debate de gênero na caracterização das personagens femininas; c) analisar a relação entre a literatura de horror/terror e as figuras femininas estudadas; e d) analisar a relação entre os gêneros das personagens na construção das representações femininas. Foram utilizados como procedimentos metodológicos a abordagem qualitativa, na forma de uma estratégia de análise documental das seguintes obras do autor: "O Iluminado” e “Cristine”. No desenvolvimento deste trabalho observamos que essas personagens apresentaram uma construção fundamentada em função de figuras masculinas, como o marido ou o namorado. Na primeira obra, Wendy tem sua representação construída de acordo com a ordem de gênero, perfazendo a imagem da mãe recatada, submissa ao marido e exalando fragilidade. Não obstante, conforme a narrativa se deslinda, vemos a desconstrução dessa figura em uma mulher forte, racional e segura que se compreende como tal diante da necessidade de enfrentamento físico e simbólico da figura ameaçadora de seu marido. Já na segunda obra visualiza-se a seguinte questão: a principal figura feminina estabelece-se em Christine, um carro. De fato, o carro, tratado sempre no feminino, se inscreve enquanto uma metáfora, haja vista que a relação que Arnie empreende com ela é uma espécie de relação amorosa – o que a enquadra como uma espécie de “namorada”. Assim, com base nos resultados, vislumbramos a estruturação de uma “hierarquia binária de gênero” na realidade ficcional, segundo os mesmos moldes da não-ficcional, onde estabelece-se a representação feminina em relação à masculina, mas em uma posição subordinada a esta segunda. Conclui-se que essa construção revela os mecanismos, na ficção, que conformam os papéis de gênero na literatura estudada, segundo uma lógica de performance do feminino, processo este que se estabelece em contraste às masculinidades dos protagonistas.



Palavras-chave


Representações; Feminino; Gênero; Literatura Horror/Terror

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