DESENVOLVIMENTO INTEGRAL E AUTONOMIA: REPENSANDO O MODELO EDUCACIONAL PARA ALÉM DO MERCADO DE TRABALHO SOBRE A ÓTICA DO FILÓSOFO BYUNG-CHUL HAN

Carlos Eduardo Mendes de Caldas, Sebastião Francisco de Almeida Filho

Resumo


No cenário contemporâneo, caracterizado pela interconexão digital e a incessante busca pela positividade, emergem desafios significativos nas dinâmicas sociais e tecnológicas. Byung-Chul Han, em "A Sociedade do Cansaço", oferece uma análise crítica dessa realidade, destacando o cansaço como uma consequência direta do excesso de positividade e das pressões da sociedade moderna. A conectividade digital, enquanto interface primária de interação, torna-se central para entender as relações complexas entre sociedade, positividade e tecnologia. Han aborda a "violência da positividade" como um elemento fundamental na criação de indivíduos automatizados, focados na busca incessante pelo lucro. Esta dinâmica é exacerbada na era digital, com as redes sociais e dispositivos digitais assumindo um papel central nas interações humanas, fomentando uma cultura de excesso e ritmos de vida insustentáveis. O ensino médio emerge como um ponto crítico nesse contexto, com jovens enfrentando desafios acadêmicos, sociais e emocionais amplificados pelo uso intenso da tecnologia. A pressão constante por desempenho, aliada à positividade exagerada nas redes sociais, aumenta as inseguranças e impõe metas de sucesso irrealistas. A vulnerabilidade dos estudantes a doenças mentais, como ansiedade e depressão, torna-se uma preocupação urgente, exigindo uma abordagem que considere os aspectos acadêmicos, sociais e tecnológicos para criar um ambiente escolar mais saudável. Neste projeto, o objetivo geral é investigar e analisar os impactos da sociedade do cansaço, especialmente a positividade exacerbada e a conectividade digital, na saúde mental dos estudantes do ensino médio. Os objetivos específicos incluem analisar a influência da cultura da positividade nas redes sociais, avaliar o efeito da pressão acadêmica e das expectativas que se criam nas redes sociais, investigar os efeitos do uso excessivo de tecnologias no desempenho acadêmico e bem-estar mental dos alunos, e propor estratégias para promover um equilíbrio entre o mundo digital e offline. Han fornece uma análise crítica da exaustão nas interações sociais e tecnológicas, sendo complementado por autores como Érico Andrade e Thomas Wood Jr., que discutem os padrões contemporâneos de sucesso e fracasso. A crise educacional agravada pela pandemia evidencia a necessidade de abordagens específicas para lidar com as lacunas de aprendizagem e os desafios da saúde mental. As ações educativas incluem a introdução de oficinas e práticas de meditação para promover a desconexão digital, a implementação de círculos de diálogo filosófico, o desenvolvimento de um currículo que aborde o bem-estar digital, a integração de atividades artísticas para a expressão emocional, e a realização de workshops sobre filosofia e resiliência. A metodologia do projeto envolve a identificação de momentos propícios para a desconexão digital, treinamento de facilitadores para os círculos de diálogo e desenvolvimento de módulos educacionais. 



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